O Museu
- Bianca Ferreira
- há 3 dias
- 2 min de leitura

Estes dias me vi entrando em um museu, mas este era um tanto quanto diferente. Esse não expunha obras ou vestígios do passado. O museu expunha sonhos em suas paredes.
Sonhos deixados para trás por medo, indecisão ou esquecidos com o passar do tempo.
Uma das salas trazia uma exposição divertida - um jaleco de médico, um distintivo de policial, um capacete de bombeiro, um quadro cheio de equações matemáticas, o divã de um psicólogo, o esquadro de um arquiteto, a estante de um escritor, um terno de um advogado e muitas outras coisas -, seu tema era "O que quero ser quando crescer?"e ela trazia todos aqueles sonhos de infância, as milhares de possibilidades para o futuro.
Na sala ao lado a expectativa continuava com os entusiasmados anseios da adolescência. O desejo da fase adulta, a liberdade, a vontade de ser dono do próprio nariz, de sair do ninho e desbravar o mundo.
E então uma sessão um pouco mais sóbria, mais madura, com projetos ligeiramente mais sólidos e planejados com a chegada da fase adulta. Um plano de carreira, o sonho de uma família, um projeto familiar e vários projetos pessoais, todos expostos ao longo das paredes da exibição.
Mas ao final do corredor entrei em uma pequena sala, as luzes apagadas e um espaço tão apertado que cabia somente uma única pessoa. Nesta sala continha os sonhos mais secretos, daqueles que não falamos para ninguém e que até mesmo o coração sussurra para não correr o risco de alguém ouvir. Esta sala contém sonhos e projetos muito especiais, mas que são frequentemente ignorados, nós os colocamos de lado e os ignoramos na expectativa de que desapareçam, mas com isso também escondemos parte de nós mesmos.
E assim encerrei minha visita ao museu, mas me assegurei de visitá-lo novamente em um futuro próximo, porque vez ou outra, com um pouquinho de sorte, consigo tirar um desses sonhos da parede do museu e torná-lo realidade.
Maio de 2025
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