Bagagens

A sala de aula como todos sabem é um lugar de aprendizado, mas não apenas para as crianças ou alunos, como também para professores e auxiliares.

Em uma das aulas, me deparei com uma atividade antiga de início de ano, jogada pelos cantos da sala, que me levou à reflexão. O exercício em formato de uma pequena mala dizia o seguinte: "Que bagagens carregaremos para 2025?".

A atividade provavelmente tinha o intuito de auxiliar os alunos com suas resoluções de ano novo, porém, não é este o enfoque que eu gostaria de dar.

Certamente todos nós trazemos coisas dentro de nós - histórias, memórias, sentimentos, pessoas amadas e pensamentos - cada um carrega suas próprias bagagens. Mas com que frequência paramos para refletir sobre elas?

Sempre me chamou especial atenção aqueles filmes de romance em que um dos personagens perde a memória após um trágico acidente. Tudo bem que nos filmes tudo sempre termina bem e os desafios se resolvem com uma simplicidade de dar inveja, mas como será isso na vida real?

Imagine acordar um dia sem nenhuma lembrança, sem a recordação de uma brincadeira da infância, de um beijo apaixonado, a primeira ou talvez a décima desilusão amorosa, a viagem dos sonhos ou um momento em família.

Pense como deve ser acordar e estar diante de pessoas amadas, mas não conseguir se lembrar de seus rostos, seus nomes, como se conheceram, os momentos que compartilharam juntous ou o motivo de um dia ela ter se tornado tão importante para você.

Carregamos conosco muitas coisas ao longo da vida, mas as mais importantes não são materiais ou aquelas que conquistamos financeiramente. As bagagens mais importantes são as que carregamos no coração.

Abril de 2025